sexta-feira, 13 de abril de 2007

Algumas (breves) palavras para ti...


Amor:
Simplesmente algumas palavras ...

Recordei memórias proibidas, palavras sem eco... como se num papel pudéssemos eternizar o instante, congelar a realidade, na esperança de um futuro escolhido. Não sei se foi a saudade que se infiltrou no Meu sossego ou apenas a nostalgia de um dia de Inverno..., irrelevante face ao desejo da lembrança... tentei afugentar a sombra teimosa do passado, a imagem dos sorrisos que perdi... e naquela dança de movimentos em que os sentidos se envolveram apenas consegui abraçar-te...

Está frio... O frio teimava em expulsar-me mas a vontade de me perder por estas linhas, obriga-me a permanecer... Bati as mãos frias e despertei para a realidade, naquele cenário solitário e sem abrigo, uma vez mais te aprisionei na ilusão de um sonho... e naquele recanto isolado da vida, perdido na mente, sem testemunhas dos nossos delitos, liguei o teu numero...Mas do outro lado apenas a tua voz fria ... Virei as costas e atirei ao vento aquele objecto de amor portátil...Continuei..Olhei a folha em branco, queria escrever mas as palavras apenas repetiam o teu nome, escrevi-o, risquei-o, vezes sem conta, como se pudesse esvaziar o peito da tua presença...Escrever, como se dessa forma pudesse realizar o desejo, redimir-te dos carinhos que esqueci na pressa de te amar... Rasgar, a última opção, sem limite, sem medida, apenas rasgar, até que o cansaço me devolvesse a lucidez, me libertasse da impotência de querer dizer algo e não conseguir...

Tentei imaginar cenários onde as palavras se encaixassem, só consegui fixar a tua imagem, a tua presença, doce como me tentavas naquelas noites em que nos perdíamos a sonhar... Foi fácil descobrirmos o quanto éramos semelhantes, dois obstinados, perdidos no espanto da descoberta..., a vida sem sal era inútil...
Vivemos na dependência do diário, do constante, esquecemos o mundo que nos sufocava e explodíamos…Escrever-te era imperioso, como uma imposição da minha mente, curioso como se metia nos assuntos do coração...Perdi a conta às tentativas, as bolas de papel eram a prova da minha incapacidade de te espantar, de agitar todo este amor que sinto por ti... mas as palavras são como setas..., por vezes falham o alvo...Forcei a minha memória, tentei descobrir as chaves secretas para a tua alma, apenas o silêncio me inundava...
Olhei à minha volta, como era fácil escrever-te, afinal... e naquela solitária enviei-te a eternidade... Num... AMO-TE. Regressei... lembrei a tua voz quente e doce... sempre bondosa...

Apenas deixei a alma falar, envolver as palavras eram apenas mais uma forma de fazer com que tu soubesses tudo o que estava aqui dentro...Tentei descobrir o teu nome naquele copo de leite, mas só consegui ver o fumo que se evadia e que me trazia a lembrança de tudo o que fizemos juntos... O que estarás a fazer neste momento? Tentei colorir o vazio que se instalava, como se o dia se tivesse demitido de convencer o frio, espantar as nuvens que seduziam o sol e quem sabe descobrir-te algures naquele céu imenso. Imaginava-te a chegar, mesmo sabendo que estavas longe, a partilhar comigo todas as memórias vividas... As saudades que tenho de tudo o que passamos... Tenho saudades do passado... Limitei-me a ver-te partir, sem hesitação, queimas-te as asas para que o desejo não te elevasse, nem o Meu adeus levaste... Amor só agora me apercebi de como és único e a fragilidade que aparentemente me oferecias era tão pura como tu...! Lembro-me de todas as aventuras e loucuras que fizemos... tudo que passamos...escondemos os segredos que carregamos, onde nasceu o desejo de eternizar a magia...

Sabia que partirias sem aviso, nem um adeus me deixarias, apenas o suspense, a dúvida que um dia voltarias... tentei prender-te com todas as minhas forças e talvez face à força do desejo te rendesses à esperança de um amanhã sonhado... A ilusão de quem só tem um futuro, para quem nada mais vale sem o teu cheiro, o teu sorriso..., talvez um dia a realidade me surpreenda e te traga de volta e aquele rio onde o amor se esconde...A tua nudez, os teus cabelos, o teu olhar imenso como o mar faziam inveja a muitos pintores... e eu, guardiã solitária da tua beleza, dos tesouros que me oferecias, divagava pelas fantasias que a paixão inventava...

Sabes amor, o nosso pacto não incluía a dor, apenas a saudade..., a memória efémera de um passado à prova de bala... e a eterna dúvida das conversas inacabadas...Recordações do sentido do Meu sentimento, um dia fatídico... Estremeci, tocou naquele dia o Meu telemóvel, eras tu... Vinhas ao meu encontro...Pedi à solidão que nos deixasse sós... tínhamos uma batalha a travar e não queria que fosse atingida pelo acaso, procurei as armas para te vencer mas apenas descobri despojos da tua presença... acho que fui bebendo naquela esperança sem sentido, sem saída..., até que a minha embriagada tristeza se diluiu no ar frio.

Tornei-me maior do que sou porque as minhas palavras o desejam ser, porque transportam a voz da minha alma... Tal como um vidro vulgar reflecte o sol de uma forma mágica, assim eu sou! Parto sem rumo, todos os horizontes se aceitam, todas as missões são possíveis, todos os sonhos são legítimos! Ficam as memórias de um tempo sem tempo, de um espaço onde o sol e estrelas coexistiram em harmonia perfeita, de um sonho por inventar. Deixo-te no silêncio de um adeus, de um beijo roubado pela saudade que sinto... muitas...
“Talvez nunca te descubra nos sinais que me deixas e me perca no labirinto da dúvida mas, enquanto puder caminhar seguirei o teu rasto... até onde a vida me levar!”Amar é viver na corda bamba e o fim apenas a consequência de quem o fez demais... e esgotou a necessidade... Espero que me perdoes um dia pelo mal que te possa ter causado... Quem sabe se esse dia estará para breve... Serás sempre o meu Amorzinho Lindo...

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